segunda-feira, 23 de maio de 2011

O INÍCIO DA DIETA MEDITERRÂNEA - QUEIJOS - Terceira Parte

QUEIJO
TERCEIRA PARTE – ITÁLIA


 ITÁLIA



Falar dos queijos Italianos, assim como os Franceses, é uma tarefa complexa. Seria impossível descrever todos, pois são centenas. Nas 20 regiões Italianas são produzidos muitos produtos típicos e após a unificação da Itália em 1861, a originalidade de cada região ficou ainda mais marcada.


Desta forma e como no post da França ficarei com os que acredito serem os queijos mais conhecidos...

Vamos lá





ASIAGO








Asiago é um queijo que se produz desde o ano 1000 dC na Região do Vêneto, era produzido com leite de ovelhas. A Região é um altiplano muito Húmido, frio e rochoso. O solo riquíssimo em Humus e Limo, era danificado pelas ovelhas que ao pastarem comiam as raízes que cobriam as rochas e isso enfraquecia o solo, ocasionando grandes deslizamentos.
Em 1500 dC iniciou-se a criação bovina na região e desta forma o pasto progrediu e o risco de deslizamentos acabou, pois o gado bovino preserva as raízes.
Pequenos produtores ainda fazem uso do leite de ovelhas, mas a grande produção de queijo Asiago passou a ser feita com leite de vaca pasteurizado.



Tem dois tipos

Asiago Pressato
FRESCO




Fôrma cilíndrica de 30 a 40 cm de diâmetro, 15 cm de altura e pesa em média 11 a 15 Kg, matura por até 20 dias depois de produzido.


ASIAGO D’ALLEVO
STAGIONATO



Fôrma cilíndrica de 36 cm de diâmetro e 12 cm de altura, pesa em média 8 a 12 Kg.


De acordo com o tempo de maturação

"mezzano" - 4-6 meses
 "vecchio" - 10 meses
"stravecchio" – 15-18 meses


É um queijo muito saboroso e pode ser consumido em natura




Ou em preparações como

Bruscheta



Como apresenta um ótimo ponto de fusão pode ser cozido, grelhado ou utilizado em pratos quentes.


HARMONIZAÇÃO

FRESCO


VINHOS BRANCOS, ROSES OU ESPUMANTES




D’ALLEVO


VINHOS TINTOS MAIS ESTRUTURADOS










BURRATA



Burrata é um queijo fresco, um tipo de requeijão com invólucro de coalho. Ela é feita da adição do soro de leite de vaca e coalho de vitelo. Coagula-se o leite por 20 -30 minutos. Em seguida, o coalho é deixado em repouso durante 4 -5 horas no soro até que se obtenha uma bolsa que irá conservar no seu interior o queijo. Esta é fechada e levemente cozida em água quente. Após isso é imersa em salmoura para alguns minutos de salga.






 E está pronta para comercialização. No momento do consumo, a Burrata tem um aspecto liso, branco brilhante, sabor doce e amanteigado. Uma delícia.



CACIOCAVALLO SILANO


O Caciocavallo Silano é um dos queijos mais antigos do sul da Itália. Sua história remonta a era de Hipócrates em 500 aC quando os Gregos já faziam “Il Cacio” (Queijo). Mas foi no território Italiano que ele fez fama.
A partir de 1993 obteve a DOP, e é um dos queijos mais difundidos na Europa. É produzido com leite de Vaca de regiões demarcadas (Basilicata, Calabria, Campania, Molise e Puglia).


 O Caciocavallo verdadeiro deve ter uma marca “A Fogo” em sua fôrma, demonstrando realmente a DOP.


Por ser um queijo de “Pasta Filata”, pode ser consumido em Natura

  
 mas nas regiões produtoras é um ingrediente muito utilizado na gastronomia, em receitas “Quentes”.
 Grelhado

 Cotolete

Al Pomodoro

Medaglioni


HARMONIZAÇÃO

PRIMITIVO DI MANDURIA



FONTINA



Queijo típico da região do Valle d'Aosta, norte da Itália próximo aos Alpes Ocidentais.





É um queijo de longa história, data de 1200 dC, feito com leite de vaca semi cozido, fôrmas de 43 cm de diâmetro, 10 cm de altura e pesa em torno de 8 a 12 Kg.


Tem aroma forte e peculiar além de sabor característico da região, pois as pastagens têm ervas e gramíneas que somente lá existem. Além disso, estudos demonstram que estas pastagens conferem ao queijo FONTINA concentrações altíssimas de ácidos graxos insaturados (Ômega 3 e 6) fundamentais para a nossa saúde e na prevenção de doenças coronarianas.

É um queijo de fusão baixa que oferece muitas opções gastronômicas, entre elas

Fonduta


Polenta Alla Valdostana



Prosciutto e  Fontina




HARMONIZAÇÃO

BARBERA D’ALBA


BARBARESCO




GRANA PADANO



O termo “GRANA” surgiu para denominar um queijo da massa granulosa, produzido na região do “Valle Padana” desde o final do século XI. Quando os monges beneditinos iniciaram a sua produção assim como do PARMIGIANO.
A idade, aparência, método de produção e maturação são praticamente idênticas aos do PARMIGIANO REGGIANO, que comentarei adiante.

Uma pequena diferença se deve ao fato de que as vacas do PARMIGIANO se alimentam exclusivamente de pasto, enquanto que as do GRANA também comem algumas ervas, o que daria uma pequena diferença de aroma e sabor.

São coagulados, acidificados, salgados exatamente como o REGGIANO (veremos adiante). O tempo de maturação é um pouco diferente.
Suas fôrmas medem 35 a 45 cm de diâmetro, 18 a 25 cm de altura e pesam de 24 a 40 Kg.

Os de denominação DOP, devem ser produzidos nas seguintes localidades tendo os Rios Pó e Reno como referência.

A esquerda do Rio Pó - Alessandria, Asti, Biella, Cuneo, Novara, Turim, Verbania, Vercelli, Bergamo, Brescia, Como, Cremona, Lecco, Lodi, Mantova Milão, Monza, Pavia, Sondrio, Varese e Trento, Padova, Rovigo, Treviso, Veneza, Verona, Vicenza, Bologna.

A direita do Rio Reno - Rimini, Ferrara, Forli Cesena, Piacenza, Ravenna.

Existem 3 tipos de Grana Padano, todos marcados a Fogo, com o nome e triângulos característicos na casca. Quanto maior o tempo de maturação mais pronunciados aromas, sabor e picância.

GRANA PADANO DOP

Maturação de 9 a 16 meses


GRANA PADANO “OLTRE 16 MESI”
Maturação de 16 meses


GRANA PADANO RISERVA
Maturação de no mínimo 20 meses.


Degustação

Em lascas como aperitivo e ralado para gratinar pratos ou finalizar massas.


Harmonização igual ao Parmigiano Reggiano, como veremos.




GORGONZOLA


Com história e particularidades muito semelhantes ao seu parente Francês, o Roquefort (já visto no post anterior). O Gorgonzola é um queijo que teve sua origem no ano de 879 dC na cidade que lhe rendeu o nome -  “CITTÀ DI GORGONZOLA” região da Lombardia, próximo a Milão.



Alguns autores citam a localidade de Valsassina di Pasturo, próximo ao Lago di Como, mais ao norte de Gorgonzola, região muito conhecida por seus laticínios, e devido ao fato de que nesta localidade existem muitas cavernas, a exemplo da região de Roquefort na França. Estas cavernas são as responsáveis pela estabilidade de temperatura e humidade necessárias para a fabricação dos queijos, além de conferir aromas e sabores únicos.

O leite utilizado para o GORGONZOLA é o LEITE DE VACA CRU, enquanto que o Roquefort como vimos é feito com leite de ovelhas.
Em ambos o Leite é puríssimo e há regulamentações para tal.
O método de fabricação é muito parecido, leite cru coalhado naturalmente por lactobacilos e após a massa estar “pronta” adiciona-se o Penicillium Roqueforti, que é o responsável por todas as características do queijo.


São produzidos de acordo com o “Consorzio” dois tipos de Gorgonzola que devem receber os respectivos selos...



DOLCE – 50 dias de maturação


PICANTE – 80 dias de maturação



SAÚDE

De acordo com o site do “Consorzio per la tutela del Formaggio Gorgonzola”, um Cirurgião Gastrenterologista do Instituto do Cancer de Genova, Dr. Attilio Giacosa fez um estudo com pacientes operados e em quimioterapia, que apresentavam inapetência e apatia. O aroma e sabor característicos do Gorgonzola fez com que estes pacientes se alimentassem melhor e por possuir lactobacilos e o penicillium, ajudou na recuperação dos mesmos.
Atualmente está sendo feito um estudo em hospital na Lombardia com pacientes em terapia de reabilitação cardiovascular.

Concluindo, podemos dizer que Gorgonzola é um alimento único e extraordinário por sua história, por suas propriedades nutricionais e antioxidantes, por seus sabores e autenticidade, por sua palatabilidade e seu grande potencial na Gastronomia Gastroenterológica.



HARMONIZAÇÃO
Para “encarar” o Gorgonzola, o vinho deve ser potente, estruturado, tinto e envelhecido.

Brunello di Montalcino

Amarore



Vinho do porto

Vinho Marsala





MASCARPONE

Técnicamente falando o Mascarpone não é um QUEIJO e sim um produto Lacteo, derivado da transformação do creme de leite fresco com Ácido Cítrico ou Acético. Entretanto, o Ministério Italiano de Politica Agrícola Alimentar e Florestal, o considera
“UM PRODUTO ITALIANO TÍPICO”


O nome Mascarpone, deriva do termo lombardo “Mascherpa” ou “Mascarpia”, que significa Ricota ou Creme de Leite.
As aplicações gastronômicas são maravilhosas, serve para ser adicionado em molhos e recheios, salgados e doces.
É o ingrediente base de um doce ITALIANÍSSIMO


O TIRAMISÙ



MOZZARELLA DI BUFALA


A Mozzarella di Bufala é um queijo de pasta mole feito exclusivamente com leite de Bufalas da região sul da Itália.


Na Puglia, Basilicata e Molise se produz também um produto semelhante só que feito com leite de vaca, chamado FIOR DI LATTE.

O leite de búfala tem características diferentes dos outros, possui maior teor de proteínas, gorduras insaturadas e cálcio total, o que permite que se obtenha o dobro do volume em queijos se comparados com leite de vaca.



Após a coagulação, a pasta é colocada em tachos com água quente onde o mestre queijeiro trabalha a massa para que fique lisa e homogênea, a “Filatura”, o soro restante ira ser destinado para a produção de RICOTA DI BUFALA.



Após a “Filatura”, o queijeiro define o “ponto da massa” e separa em porções (BOLAS, NÓS, TIRAS OU TRANÇAS) que são banhados com água gelada para que a superfície fique mais consistente e brilhante, após isso um pequeno banho de salmora e esta pronta.





É um queijo maravilhoso, leve e muito saboroso que tem aplicações gastronômicas infinitas. Citarei algumas...

Pizza di Mozzarella

Salada Caprese

Involtini di Prosciutto






PARMIGIANO REGGIANO

“Il Re dei Formaggi”

“Há viagens que ocorrem nos lugares mais fascinantes.
O tempo, as histórias e tradições que se movem entre as emoções e razões.
E por vezes a melhor parte da viagem é o retorno.
Com o Parmigiano Reggiano é assim...”


Sua única e inimitável qualidade é o retorno de uma longa viagem de nove séculos de história, em um País fértil que vai do Apeninos ao Rio Pó.



Parmigiano Reggiano é um queijo único, com aroma surpreendente e sabor típico da sua estrutura. Muito parecido com o já comentado GRANA PADANO.

Território


Parmigiano Reggiano é produzido exclusivamente nas províncias de Parma, Reggio Emilia, Modena e as províncias de Mantova e Bolonha, incluindo as planícies, colinas e montanhas compreendidas entre o rio Pó e o rio Reno. Praticamente o mesmo território do "GRANA".
E nesta área que se concentram as quatro mil fazendas onde as vacas se alimentam de um pasto riquíssimo, sem rações, sem silagens ou alimentos fermentados. E fornecem o leite para cerca de 400 Caseifícios regulamentados.


E a partir destas características respeitadas e protegidas, que se formam as qualidades únicas que caracterizam o "Rei dos Queijos".


O Parmigiano Reggiano continua sendo, como sempre foi, um produto totalmente natural, absolutamente sem aditivos ou conservantes.
Desde a Idade Média, quando os monges beneditinos começaram a produção destas grandes formas destinados a um longo envelhecimento, o homem simplesmente deixou que a natureza agisse.

Processamento
Similar ao Grana Padano

Todos os dias, o leite da ordenha da noite fica até de manhã em grandes tachos, onde emerge espontaneamente a gordura do leite, para a produção de manteiga.





O leite da ordenha matinal une-se ao leite da noite anterior (desnatado naturalmente), são então colocados em enormes tachos de COBRE em formato de sino invertido.



Acrescenta-se o coalho bovino e o soro do leite rico em fermento láctico natural.

O leite é coagulado em cerca de dez minutos.


A coalhada que se apresenta é fragmentada em pequenos grânulos através de um instrumento muito antigo que até hoje é utilizado.



Neste ponto se acende o fogo para cozinhar até a temperatura de 55 graus Celsius, quando finalmente os grânulos precipitam até o fundo da caldeira formando uma única massa.


Depois de cerca de 50 minutos, a massa de queijo é cortada em duas partes com movimentos hábeis do mestre queijeiro.





Cada metade e envolvida em tecido tradicional, um tipo de linho fino e o queijo é retirado do tacho de Cobre colocado no molde que dará a sua forma final.

Coloca-se uma placa de caseína com registro do caseifício, mês e ano de fabricação do queijo que o acompanhará até o fim, como um cartão de identidade.


Em poucas horas a forma e levada para a “Salatura”, que ocorre em piscinas com água gelada e sal. A absorção ocorre em cerca de 30 dias. Fala-se em 1 dia na salmoura para cada Kg de queijo. E aí cada queijo seguirá para um longo tempo de


 “Stagionatura”
Para cada forma de 39 Kg de Parmigiano Reggiano foram necessários cerca de 600 litros de leite.


Permanecem em prateleiras de madeira, em amplos galpões chamados de “CATEDRAIS”, a parte externa do queijo seca para formar uma casca natural, sem qualquer tratamento. O queijo repousa em paz, sendo por vezes interrompido do seu “sono” para que as fôrmas sejam viradas.


O tempo mínimo de maturação é de 12 meses, neste ponto, especialistas examinam todas as fôrmas para ver se houve a gravação natural do nome na casca. Percutem cada uma com um pequeno martelo para “Ouvir a palavra do queijo” e os que forem aprovados ganham uma marca DOP marcada a FOGO, e continuarão maturando. Os “reprovados” são vendidos com “FRESCO” ou “Mezzano” mesmo com 12 meses de maturação. Há regulamentações sérias para não ocorrer fraudes.








A partir daí segue-se a DOP com BOLLINOS - SELOS de colorações diferentes que especificam o tempo de maturação

BOLLINO ARAGOSTA – 18 meses

Extra ou Export impressos a fogo. Queijo com base láctica pronunciada, notas vegetais e frutos, ideal para lanches e aperitivos, talhar em lascas


Harmonizar com vinhos brancos frescos e frutas cítricas.


BOLLINO ARGENTO – 22 meses



Aromas mais acentuados, frutas secas, textura bastante granulada.


Deve ser acompanhado de ACETO BALSAMICO DI MODENA 12 anos, frutas secas, damascos e figos.



Harmonização com vinhos tintos estruturados.



BOLLINO ORO – 30 meses



É uma verdadeira iguaria, aromas indescritíveis e sabor inigualável, deve ser acompanhado por ACETO BALSAMICO DI MODENA de 25 anos, como descrevi no Post do Aceto Balsamico.







Harmonização com vinhos tintos com bastante corpo como um Brunello e eventualmente um branco estruturado como Pouilly-Fume.








PECORINO

São queijos produzidos com leite de ovelhas, em 4 Regiões


Roma
Toscana
Sardenha
Sicília

Comentarei os 2 que são encontrados com facilidade no Brasil.


PECORINO ROMANO


Pecorino Romano é um queijo duro, cozido, feito com leite fresco de ovelha, normalmente são inoculados com ácido láctico e coagulado com coalho de cordeiros provenientes exclusivamente de animais criados na mesma área de produção.

 Possui uma fina crosta de cor marfim claro ou palha natural, por vezes cobertos com uma resina especial de coloração preta.


 O sabor e aroma levemente picante e salgado.


 As fôrmas cilíndricas com faces planas, com uma altura entre 25 e 40 cm. E o diâmetro entre 25 e 35 cm. O peso pode variar entre 20 e 35 quilos e aparece sempre a marca em relevo de um diamante estilizado e no seu interior a cabeça estilizada de uma ovelha.



 Pecorino Romano tem duas idades de maturação


 5 meses – Para ser consumido em natura




8 meses – Para ralar



PECORINO TOSCANO


Pecorino Toscano (DOP) é um queijo italiano, com Denominação de Origem Protegida. Plínio, o Velho, em sua monumental “Historia Naturalis”, menciona as poucas etapas para a produção de Pecorino na Toscana. Era chamado “Formaggio Marzolino” porque sua produção começou nos meses de março.

 É feito de leite de ovelhas cru, tem formato cilíndrico, com faces planas, altura de 7-11 cm e diâmetro ligeiramente convexo variável entre 15 e 22 cm. O peso de cada forma pode variar de 1 a 3,5 Kg.


A pasta é compacta e a cor é palha. A crosta é amarelada pode ter vários tons, de acordo com o tratamento feito com cinzas, tomate ou óleo.



Apresenta-se com duas características

Mais Fresco – Sabor suave e levemente adocidado


Mais maduro – Queijos de longa maturação, com sabor e aroma bem intensos, devem ser consumidos com geléias ou mel.



HARMONIZAÇÃO

VIN SANTO

TINTOS JOVENS





PROVOLONE VALPADANA DOP

É um queijo muito conhecido, variante de um tipo especifico da Campania chamado “Provola” que é feito com leite de búfala. Após a unificação da Itália ocorrida há 150 anos, os produtores do Sul “transferiram” a fabricação para as terras do norte, região do Rio Pó, Vêneto, Lombardia e Emilia-Romagna.
Lá é feito com leite de vaca cru, que deve passar pelos seguintes processos
 

“Caglio”
Adiciona-se coalho de vitelo para um queijo mais suave e doce, e coalho de cabra ou ovelha para um queijo mais picante e forte.

“Caldaia”

É cozido em temperatura controlada até que se forme a pasta e deixa-se descansar por 24 horas.
  
“Filatura”
 A pasta é trabalhada por mestres queijeiros com agua quente para que a massa adquira consistência e brilho, além de eliminar bolhas de ar que comprometeriam a estrutura do queijo.


“Salatura”
Neste ponto a massa é moldada em 2 formatos típicos, PÊRA e CILINDRO. Deixa-se imerso em água fria com sal marinho.
  
“Legatura”


Após a salga os queijos são lavados com água gelada e amarrados com cordas que farão as marcas tradicionais do Provolone.

 “Stagionatura”

A maturação ocorre em cantinas com ventilação e refrigeração controladas, e ai ocorre a “magica” que transforma o queijo no Provolone Valpadana DOP após 3 meses teremos o tipo DOCE


e após 16 meses o tipo PICANTE.



Para apreciar um bom Provolone basta fatia-lo e corta-lo em cubos.

Em São Paulo é comum salpicar orégano e azeite de oliva, ou faze-lo do modo como chamamos
A Milanesa...


Entretanto nossos “HERMANOS ARGENTINOS” criaram uma forma espetacular...

 A PROVOLETA





Como esta do Restaurante 348 Parrila Porteña, do meu querido amigo e irmão Eduardo.



HARMONIZAÇÃO


PROVOLONE DOLCE
Espumantes clássicos

Vinhos brancos de média estrutura


Vinhos Tintos Jovens


PROVOLONE PICANTE

Espumantes Millesimati


Vinhos Brancos bem estruturados


Vinhos Tintos Fortes


Quando o Provolene é servido com doces ou Mel, deve-se servir com vinhos de sobremesa

Vino Santo




TALEGGIO

“Um queijo, uma história...”

 O queijo Taleggio é um queijo de origem muito antiga. Documentos que datam de 1200 dC referem-se ao comércio que era feito com Taleggio e outros queijos, devido aos excedentes de leite que não tinham como ser armazenados.
As pessoas produziam queijos e armazenavam em cavernas e cabanas que tinham temperatura adequada e depois de envelhecidos, os queijos eram “trocados” por outros produtos ou vendidos.

 Com o crescimento do consumo de Taleggio, a produção expandiu-se gradualmente no Vale do Rio Pó.

 Hoje, a produção e maturação do Taleggio é feita nas seguintes províncias
 
 Lombardia -  Bérgamo, Bréscia, Como, Cremona, Lecco, Lodi, Milão, Pavia
 
Piemonte – Novara

Veneto - Treviso

 Como evidência de tradição, obteve a DO (Denominação de Origem) em 1988 e DOP (Denominação de Origem Protegida) da União Europeia em 1996.
 O Taleggio é portanto, um queijo italiano, cujas características são protegidas pela União Europeia, e é por isso que o fornecimento de leite, a produção e maturação devem ocorrer exclusivamente na áreas indicadas pela legislação italiana.

A produção do Taleggio segue praticamente os mesmos passos de outros queijos já vistos mas tem peculiaridades

É produzido com Leite de Vaca Cru ou Pasteurizado, aquecido a 35 graus C. Utiliza-se coalho líquido de vitelo, não sendo permitido coalho de microrganismos geneticamente modificados.

Nesta fase acrescenta-se um enxerto composto por
 Lactobacillus bulgaricus e
Streptococcus thermophilus
  cuja ação acidificante (fermentação da lactose em ácido lático), e aromatizante, conferem o odor e sabor únicos do Taleggio.

Após a quebra da coalhada, a mesma é colocada em fôrmas quadradas de 18 ou 20 cm, 4 a 7 cm de altura e pesa ao final 1,7 a 2,2 Kg. São então posicionadas em mesas inclinadas para facilitar a drenagem do soro.


Cozimento

Agora vem a parte mais delicada da produção, o cozimento em temperatura controlada de 22 a 25 graus C, que pode durar de 8 a 16 horas. É nesta fase que se posicionam as Marcas (moldes plásticos), com os símbolos típicos do Taleggio (os 3 T). O  vapor confere a marcação na superfície do queijo. No canto inferior esquerdo cada Caseifício coloca a sua identificação.



SALGA


Tradicionalmente é realizada a SECO, onde o sal acaba por drenar o soro remanescente e protege a superfície contra microorganismos indesejáveis.
Pode-se também fazer a Salga em salmoura com temperatura de 10 graus.

STAGIONATURA

A tradição do Taleggio, faz com que durante este processo, as fôrmas fiquem nas cantinas em tábuas de madeira, a exemplo das (cabanas e cavernas de antigamente). Regularmente os queijos são lavados com esponja, água e sal, afim de que se mantenha o controle de qualidade e para que a crosta (que é comestível) adquira consistência.


O tempo mínimo de maturação é de 35 dias para que o Penicillium complete seu trabalho, tornando o Taleggio um queijo altamente digestivo.

 Marca de Origem e Qualidade
  
As marcas no Taleggio tem rigorosamente 3 letras T em cada quadrante e no quarto o numero de identificação do caseifício.

Conservação
 O Taleggio é um produto “VIVO” e continua a sua maturação após ser comprado, portanto deve-se consumi-lo em 5 a 7 dias para se ter um produto ideal. Deve-se conserva-lo envolto por uma toalha úmida (nunca em filme plástico – pois necessita ventilar) e a temperatura de 0 a 6 graus C (parte inferior da Geladeira).


DEGUSTAÇÃO

Taleggio é um queijo que pode ser comido como prato principal ou sobremesa, neste caso, é excelente também acompanhado de algumas frutas, como maçãs e peras.

 Deve ser servido em temperatura ambiente para realçar o sabor e aroma.

 Não é necessário remover a crosta, é só raspar.

O Taleggio é um ingrediente valioso para a preparação de pratos principais (massas, risotos, sopas e até mesmo alguns tipos de pizzas e crepes.

Risoto de Taleggio e Nozes


 
 Taleggio, na verdade, é particularmente versátil na cozinha, porque ele derrete muito facilmente e é muito adequado para a preparação de recheios.

Ravioli de Taleggio

 
HARMONIZAÇÃO

Rosso di Montalcino





RICOTTA FORTE

Não poderia deixa de falar sobre este tipo tradicional de RICOTTA, da terra de meu avós Paternos, a Comuna de Polignano A Mare, na Puglia.

É obtida com o aquecimento do soro de leite de ovelhas ou vacas, por vezes misturados, até uma temperatura de 90 graus.
A Ricotta começa a flutuar e depois a condensar. Após isso inicia o processo de acidificação que dura alguns dias e é responsável pelas características de sabor e aroma.
É colocada em recipientes de Terracotta, onde permanecerá por 4 meses em ambiente com certo grau de umidade.
O queijo deverá ser trabalhado e amaciado, a cada 3 dias, para atingir sua maturidade plena. Ao final adquire consistência amanteigada, coloração marfim e um elevado toque de acidez.

É um produto único, extremamente saboroso
Em natura

Adicionado ao Molho de tomate


 ou para preparações
“Rústicas Típicas”

Panzerotti
Cipolla e Ricotta

Orecchiette com ricotta
Um prato clássico da minha infância


Minha mãe que tem origem no Vêneto, aprendeu com minha avó paterna os segredos da utilização da ricotta forte. Ela faz uma torta de cebola com ricotta forte, simplesmente sensacional.





Fine



 Estamos ainda no início dos produtos da

DIETA MEDITERRÂNEA

APÓS FALAR SOBRE TODOS OS INGREDIÊNTES, PASSAREI PARA SUAS APLICAÇÕES GASTRONÕMICAS MAIS SABOROSAS.



Até mais


Um abraço a todos



Marcos Frugis





Referências
www.fontinadop.it
www.consorziogorgonzola.com



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