sábado, 18 de dezembro de 2010

O INÍCIO DA DIETA MEDITERRÂNEA - TOMATE

TOMATE





O Tomate (SOLANUM LYCOPERSICUM), não é um produto Mediterrâneo de origem, mas por sua importância, história e aplicações gastronômicas, ganha um capítulo exclusivo dentre outros frutos que serão comentados nos próximos "posts".

É um fruto do "Novo Mundo", da América do Sul mais precisamente da Cordilheira dos Andes - Do norte Chile até o sul do Equador, há relatos de também ser oriundo de regiões da América Central - atual México.

Por volta de 1600 dC chega ao continente europeu trazido pelos Espanhois como uma planta ornamental e considerada venenosa.

Em 1770 de acordo com documentos históricos, o TOMATE chega a ITÁLIA , como um "presente" dado pelo REINO DO PERU para o REINO DE NÁPOLES, e então começa a ser cultivado, mais precisamente na região de SAN MARZANO, uma pequena "COMUNA" da região de Napoles, muito próxima ao Monte Vesúvio, e por esta característica do solo vulcânico, os TOMATES SAN MARZANO são considerados os melhores do mundo, para preparação de molhos.

San Marzano


A propósito o nome em ITALIANO, POMODORO, refere-se aos frutos oriundos da América que tinham coloração amarelada (ouro) e se pareciam com Maçâs. Após anos de cultivo e seleção natural, os TOMATES ficaram Vermelhos. 





A partir de 1870, o TOMATE assume importância gastronômica e cultural e desta forma se inicia a amplificação do consumo, bem como os métodos utilizados até hoje na Itália para sua conservação, Tomates sem pele em latas.



A preciosa qualidade gastronômica dos TOMATES é ainda mais relevante atualmente, pois além de ser rico em vitaminas A e C, o TOMATE é um dos alimentos mais ricos em LICOPENO, um antioxidante natural e anti-cancerígeno, principalmente contra os tumores de Próstata, Mamas e do aparelho digestivo, além de ações preventivas no sistema cardiovascular.

 A propriedade antioxidante do LICOPENO é potencializada com o cozimento do fruto, e o cozimento acaba por extinguir substâncias consideradas tóxicas (partes verdes da planta e do fruto - Solaninas), se ingeridas em grandes quantidades.

Desta forma o TOMATE considerado  "Principe Della Cucina Italiana",  se tornou " il Re della Dieta Mediterranea" e é o fruto mais consumido no mundo.

Apelidado na Itália de "ORO ROSSO"

 




TIPOS DE TOMATES



No Brasil
(AS PRINCIPAIS)

No Brasil, a cultura foi introduzida pelos imigrantes italianos na virada do século 20, tendo se incrementado com a vinda dos imigrantes japoneses. A sua industrialização iniciou-se durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se desenvolvido rapidamente a partir da década de 70. Hoje, o Brasil situa-se entre os maiores produtores mundiais, ao lado de Estados Unidos e Itália.



Caqui




CEREJA




ITALIANO



SALADETE



SANTA CRUZ







 






NA ITÁLIA
( A VARIEDADE É ENORME)



CUORE DI BUE





INSALATARO


MARMANDE


OBLUNGO - PERINO

LANCELOT


OSKAR


PARSIFAL


CHERRY - CILIEGINO


VESUVIANO



NO BRASIL, EM LATAS
TOMATINHO DO VESUVIO
(MARAVILHOSO)





TOMATE SECO





Os tomates secos são utilizados há alguns séculos, tendo sido inicialmente desidratados pelo sol quente do Sul da Itália. Embora só nos últimos anos o resto do mundo tenha descoberto essa forma de apresentação, o tomate seco se transformou rapidamente em destaque da culinária internacional. Pode ser produzido pela desidratação ao SOL ou em forno em baixa temperatura, o que leva algumas horas, e deve ser conservado imersos em azeite de oliva.









MOLHO DE TOMATE






Talvez uma das maiores e mais saborosas iguarias da DIETA MEDITERRÂNEA, obviamente teve seu surgimento na Itália, por volta de 1870, quando do início da produção em larga escala de Tomate.

São inúmeras receitas e variações mas a base é sempre a mesma, SOMENTE TOMATES, FOGO BAIXO, MUITAS HORAS  E MAIS NADA...

Primeiro cozimento

Passatura

Redução

Quando eu era pequeno, semanalmente sentia o aroma e via minha mãe, e as vezes minha avó e tias cortando os tomates italianos em 4 e depois cozinhando por horas a fio (em fogo baixo), em panelas enormes sempre com uma colher de pau fincada no meio da panela... Cenas inesquessíveis... assim como provar um pouco do molho sobre um pedaço de pão (Italiano é claro)...





Esta base de molho que pode ser feita com tomates frescos ou com tomate sem pele enlatados, sem tempero algum pode ser até congelada em vidros esterelizados. e quando quiser utilizar basta acrescentar os sabores... as variantes são infinitas...


Assim como os pratos com este fruto incrivel que é o tomate.

Desta forma acrescentamos mais um ingrediente da nossa

DIETA MEDITERRÂNEA


Este início do nosso blog tem a intenção de contar as histórias dos produtos, para depois podermos agregar receitas catalogadas por países do mediterrâneo. Portanto, um pouco mais de paciência, pois o acervo é grande, mas sem os ingredientes não fazemos nada...



Um Grande Abraço



Marcos Frugis




Referências






























domingo, 5 de dezembro de 2010

O INÍCIO DA DIETA MEDITERRÂNEA - ACETO BALSAMICO

ACETO BALSAMICO




O Aceto Balsamico é um produto totalmente italiano, produzido na região da Emillia-Romagna, principalmente em MODENA E REGGIO EMILIA. Onde existem "Consorzios" que definem como deve ser os autênticos:

"ACETO BALSAMICO TRADIZIONALE DI MODENA"

E

"ACETO BALSAMICO TRADIZIONALE DE REGGIO EMILIA"


A origem do ACETO BALSAMICO é incerta, alguns historiadores remontam a IDADE MÈDIA por volta do ano 1049 já existen registros.
Era Usado como "BALSAMO" para fins medicinais e de desinfetante em ferimentos dos soldados Romanos.

Atualmente, assim como o AZEITE EXTRA VIRGEM, o ACETO é muito estudado e pesquisado por suas propriedades digestivas e por ser muito rico em POLIFENÓIS, alem de ser um dos ingredientes chave da DIETA MEDITERRÂNEA.


No nosso meio o mais conhecido é o de MODENA, entretanto deve-se salientar que a imensa maioria dos ACETOS ditos BALSAMICOS, (80% da Exportação Italiana), e com preços acessíveis, são na realidade uma mistura de: ACETO BALSAMICO ( com envelhecimento de 3, 5, 7, 8, 9, 10 anos)+ ACETO DE VINHO (VINAGRE) + CARAMELO (para dar cor e cremosidade) + ANIDRO SULFUROSO (para conservação). Mas mesmo assim pode-se e deve-se consumi-lo regularmente.
Para se produzir 15 lts de Aceto Vero são necessários em média 350 Kg de Uvas, sendo assim explica-se o custo elevado.



O VERDADEIRO ACETO BALSAMICO TRADIZIONALE é produzido em quatro etapas:


1 - LA RACCOLTA DELL' UVA: Duas uvas principais são utilizadas no processo (Trebbiano e Lambruschi), mas outras variedades podem fazer parte tais como: Sauvignon, Angelotti e Berzenino.

2 - LA PIGIATURA: As uvas frescas são maceradas e o MOSTO, é colocado em enormes tachos para fazer a

3 - COTTURA DEL MOSTO: Que é um processo lento que pode durar até 24 horas, onde o mosto de uvas é cozido em temperatura controlada não superando os 70 Graus Celsios

4 - L'INVECCHIAMENTO: Talvez a perte mais importante de todo o processo. O Aceto é filtrado e transferido para tonéis de madeira artesanalmente fabricados, e com capacidade volumétrica variável


é envelhecido em barris como segue

"O ACETO BALSAMICO TRADIZIONALE DI MODENA"

 

10 lts  13 lts  16 lts  20 lts  24 lts  30 lts  40 lts  50 lts  60 lts  80 lts


Acetaia





"ACETO BALSAMICO TRADIZIONALE DE REGGIO EMILIA"
Possui capacidades pouco diferentes - esquema mais abaixo





O clima da região influencia totalmente esta parte do envelhecimento, no Calor do Verão ocorre a EVAPORAÇÂO e CONCENTRAÇÂO e no Frio do Inverno há um incremento considerável de COMPLEXIDADE e BOUQUET. Todo o processo é natural sem aditivos ou conservantes.

Anualmente, durante o Inverno ocorre o processo de TRAVASI (transferência), Onde 1 l de Aceto é transferido do Barril  de maior capacidade para o subsequente menor, mantendo a uniformidade da produção.



Para ser considerado
 ACETO BALSAMICO TRADIZIONALE 
 deve ter um envelhecimento de no mínimo 12 anos
atingindo até 25 anos.
Existem Reservas especiais de 50 anos e 75 anos, o que justifica realmente o alto custo dos mesmos. E ao final deve ser DEGUSTADO por 5 especialistas que lhe conferem a CERTIFICAÇÂO.

Ao final do tempo de envelhecimento o Aceto deve ser engarrafado em ampolas de 100 ml

Modena

Reggia Emilia



Após este longo caminho podemos finalmente chegar aquilo que se chama


L'ORO NERO DI MODENA





Por suas características AGRI - DOCE - PICANTE, pode e deve ser utilizado em inúmeros preparos gastronômicos, mas para seguir as recomendações italianas devemos ter em mente:



1 - COMO UTILIZÁ-LO:

O ACETO BALSAMICO deve ser o ÚLTIMO ingrediente colocado, para finalizar o prato na própria mesa.








2 - QUANTO UTILIZAR: A dose certa, é de 1/2 a 1 colher de sopa por porção, o excesso faz perder a sutileza e complexidade do sabor






3 - QUANDO UTILIZÁ-LO



Os ACETOS ditos Balsamicos (industrializados): Podem ser utilizados para temperar saladas frescas, tomates, acrescentar a alguns tipos de molhos e para saltear legumes grelhados tais como cenoura, abobrinha italiana, beringela e inclusive GILÓ que fica espetacular (e eu não gosto de giló).
Mas atualmente com as receitas das chamadas "REDUÇÕES", pode-se e deve-se reduzí-lo em fogo baixo até que consiga uma cremosidade, ao final uma pequena porção de manteiga sem sal para dar mais brilho e consistência, dessa forma acompanha carnes e peixes grelhados.
Certa vez estava em Avignon em um congresso e no restaurante do hotel, degustei um Fois Gras com redução de balsamico inesquessível.

 
Reduçaõ







ou simplesmente com Azeite Extra Virgem e Pão







ACETOS de 12 anos: São ideais para saladas verdes, tomates, verduras cozidas além de grelhados deve ser servido na mesa, no momento de comer.
Se tiverem oportunidade de degustarem, notarão imediatamente a diferença para os industrializados








ACETOS de 25 anos: Devem ser guardados com jóias, para serem degustados de 3 formas Italianas muito simples mas incríveis

  • Com lascas de Parmegiano Reggiano





  • Com Morangos Frescos Gelados



que sobremesa!!!



  • Com Sorvete de Creme
se for um Gelato di Crema melhor e indescritível






FINALIZANDO

Desta forma acrescentamos mais um ingrediente da nossa


DIETA MEDITERRÂNEA





ATÉ MAIS




Referências:












 


O INÍCIO DA DIETA MEDITERRÂNEA - AZEITE DE OLIVA

AZEITE DE OLIVA




A origem da oliveira, na sua forma primitiva, remonta à Era Terciária, anterior portanto ao aparecimento do homem, e se situa na Ásia Menor, provavelmente na Síria ou na Palestina, regiões onde foram descobertos vestígios de instalações de produção de azeite e fragmentos de vasos datados do começo da Idade do Bronze. Contudo, em toda a bacia do Mediterrâneo foram encontradas folhas de oliveira fossilizadas, datadas do Paleolítico e do Neolítico, sendo também pesquisada a sua origem ao sul do Cáucaso, nos altos planos do Irã.

A propagação da cultura do azeite pelas demais regiões mediterrâneas provavelmente deve ter ocorrido por meio dos fenícios e dos gregos. Assim, já na Grécia antiga se cultivava a oliveira, bem como a vinha. E, desde o século VII a.C., o óleo de oliva começou a ser investigado pelos filósofos, médicos e historiadores da época em razão de suas propriedades benéficas ao ser humano.
Os gregos e os romanos sem dúvida descobriram várias aplicações do azeite, com suas múltiplas utilizações na culinária, como medicamento, unguento ou bálsamo, perfume, combustível para iluminação, lubrificante de alfaias e impermeabilizante de tecidos.
Além disso, o azeite é mencionado em quase todas as religiões da Antiguidade, havendo inúmeras lendas e mitos a respeito. Muitas das vezes a oliveira era considerada símbolo de sabedoria, paz, abundância e glória para os povos.



PRODUÇÃO




Os maiores produtores de azeite do mundo são respectivamente:




Espanha - 32,60%
Italia - 27,60%
Grécia - 16,00%
Tunisia - 8,10%
Turquia - 3,70%

Outros - 12,00%



    São necessárias de 1.300 a 2000 mil azeitonas para produzir 250 mililitros de azeite. O azeite da oliveira deve ser produzido somente a partir de azeitonas e não podem ser denominados desta forma óleos extraídos por solventes ou re-esterificação, nem misturas com outros tipos de óleo.
    Na atualidade, os métodos tradicionais de processamento da azeitona deram lugar a processos modernos de extração, utilizando variação de pressão e temperatura. Com isso, o método tradicional de prensagem a frio quase não existe mais e classifica-se o azeite segundo seu processo de produção da seguinte forma:



     É o azeite de oliva de primeiríssima qualidade, extraído de frutas bem maduras (olivas), rigorosamente selecionadas e colhidas à mão com cuidados excepcionais, das quais o suco tem de ser extraído em no máximo 24 horas.O azeite não pode passar de 0,8% de acidez (em ácido oléico) e nem apresentar defeitos.As azeitonas são prensadas a frio até virarem pasta e, em seguida, espremidas, também a frio, separando-se então o azeite da água por centrifugação.



    Obtido por processos mecânicos. Dependendo da acidez do produto obtido, este azeite pode ser classificado como sendo do tipo extra, virgem ou comum. O azeite virgem apresenta acidez de 1% até máxima de 2%.

    Azeite de Oliva Fino
    (refinado)

     Também chamado de Sansa na Italia, Orujo na Espanha e Pomase em ingles, não é mais considerado como azeite. Podendo ser utilizado para frituras.






      Passo a passo da degustação de Azeite de oliva Extra Virgem:



      - Coloque cerca de 20 mililitros do azeite de oliva em um copo pequeno, de preferência opaco - assim a cor do produto não irá afetar o julgamento.



      - Com uma das mãos, tampe o copo. Coloque a outra mão por baixo do copo, para aquecê-lo. Permaneça assim por 30 segundos. Esse procedimento irá concentrar os aromas do azeite de oliva, ajudando em sua identificação.


       

      - Aspire os aromas do copo, procurando identificar a natureza de cada um. Dependendo da variedade, podem lembrar ervas recém-cortadas, maçãs verdes, frutos secos, abacate, notas cítricas, entre outros.



      - Em seguida, sorva vigorosamente um pouco do azeite - o barulho é desagradável, mas ajuda a perceber melhor todos os sabores do azeite de oliva.


       

      - Você vai notar, em graus diferentes, uma sensação doce na ponta da língua, uma amarga na parte superior e outra picante na base da língua, perto da garganta. Dependendo da intensidade de cada uma dessas sensações e de suas transições, uma história sensorial será contada. Pode agradar ou não, mas um azeite de oliva que proporciona essas sensações tem algo a dizer e merece respeito.











      As Oliveiras









      Prensas da Antiguidade

      Prensas Modernas








      Os Azeites do Mundo que podemos consumir aqui:
       (Segundo minha opinião os melhores)
      ESPANHA




      BORGES


      CARBONELL


      ESENCIA DEL SUR




      GARCIA MORON



      OLITERRA



      PEREZ ARQUERO



      PONS


      RAFAEL SALGADO



      YBARRA



      ITÁLIA


        BARTOLINI




        BIONDI SANTI
        (O MELHOR DO MUNDO)

        CAROLI



        COLAVITA

         



        CREMONINI





        CRUDO






        DE CECCO


        MARINA COLONNA




        MOLIVO








        PAESANO



        PAGANINI






        PALADINO




        RAIOLA




        GRÉCIA



          
        APIA



          



        KNOSSOS





        LANBDA


        MIKONOS



        MINERVA


        SPARTA


        PORTUGUESES





        CORTES DE CIMA



        ESPORÃO

        EUGÉNIO DE ALMEIDA



        GALLO
        JOÃO DAS BARBAS







        MOUCHÃO





        PROBEIRA




        SERRATA





        LÍBANO




        ALAWAFI



        ZEENNY




        TUNISIA




        RIVERE D'OR



        TURQUIA



        OLIVOS








        ISRAEL




        ETRA





        PODERIA AINDA CITAR OS AZEITES ARGENTINOS, AUSTRALIANOS, CALIFORNIANOS, CHILENOS, ENFIM DO "NOVO MUNDO", MAS COMO A BASE DO BLOG É A DIETA MEDITERRÂNEA, FICAREI APENAS NO MEDITERRÂNEO, OK.
        NOS PRÓXIMOS POSTS VEREMOS O QUE PODEMOS FAZER COM ESTE PRODUTO ÚNICO QUE É O







        AZEITE EXTRA VIRGEM DE OLIVA
        ATÉ MAIS...






        MARCOS FRUGIS
        REFERÊNCIAS: